No final de 2020 experimentei algumas variantes da técnica de descasque de acácias em busca de uma forma de obter resultados mais rápidos: as acácias submetidas a descasque demoram geralmente vários meses ou até anos a secar, podendo ainda libertar muitas sementes após o descasque, e era meu objetivo evitar este problema.
Uma das técnicas experimentadas foi o Corte Parcial e Descasque (CPDe): cortar toda a copa da árvore (para impedir a produção de sementes na primavera seguinte), mantendo o tronco até cerca de um metro de altura, e efetuar o descasque em anel junto ao solo (para garantir a morte da árvore mesmo que ela rebentasse acima do anel de descasque). Os resultados da aplicação desta técnica foram surpreendentes: algumas árvores nem chegaram a rebentar, morrendo por completo.
Esta constatação deu azo a algumas interrogações:
Em fevereiro e março de 2022 foi efetuado o corte parcial de acácias numa mancha de média dimensão (algumas centenas de metros quadrados) situada na Mata do Sobral, formada por mimosas resultantes de germinação e rebentos de toiça/raiz posteriores ao incêndio de 2017. Essas jovens mimosas com cerca de 4 anos encontravam-se em flor e iriam disseminar numerosas sementes caso não fossem cortadas (em algumas árvores de maior dimensão - possivelmente rebentos de toiça - já eram observáveis algumas dúzias de vagens de sementes da primavera anterior).
Comparando estes registos, constata-se que
Conclui-se que o corte parcial não é eficaz, pelo menos se for realizado a partir de fevereiro.
Permanece uma dúvida: Por que motivo não se observou rebentação nas árvores submetidas a corte parcial e descasque em novembro de 2020? Que fator terá acelerado a morte dessas árvores?
Pode valer a pena realizar mais algumas experiências de corte parcial noutros meses do ano (por exemplo em julho e agosto nos dias mais quentes em que as árvores estão em stress hídrico, ou durante os meses de setembro a novembro entre as primeiras chuvas e as primeiras geadas): eventualmente será possível obter bons resultados com esta técnica aplicando-a nos momentos mais adequados. No entanto, até serem conhecidos os resultados dessas experiências, será preferível aplicar e tentar otimizar outras técnicas de controlo, em busca de uma técnica que seja suficientemente eficaz e ao mesmo tempo suficientemente rápida para poder ser usada com êxito em ações de voluntariado.
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